O mundo
corporativo sempre teve suas particularidades e idiossincrasias. Achei
interessante relatar alguns fatos peculiares que vivenciei, e retratam um pouco
esta realidade.
Sigla,
nomes, entidades e seus corolários:
Durante
minha estada em uma grande multi nacional, houve a febre da Gestão de Projetos
ou Project Management , que estimulou uma série de treinamentos, capacitação,
provas, exames e, como não deixar de ter: Títulos! A empresa, desejosa de
aumentar os seus resultados através da metodologia mais eficiente para administrar seus
projetos, estimulou a capacitação de seu
corpo de funcionários, criando inclusive, um área específica com staff etc, como
não poderia deixar de ser.
Esta
empresa possuía processos formais, escritos e auditáveis, aderente às normas da qualidade e da boa governança. Um belo dia, um destes recém-capacitados e já
intitulado PMP (Project Management Professional) estava buscando as aprovações
para envio de uma proposta a um cliente, quando foi questionado sobre as
propostas e documentação de
subfornecedores que compunham a solução. Como ele não as tinha, imediatamente sacou de seu manual a frase: ”O PMBOK (bíblia da gestão de projetos)
afirma na capitulo tal, que, em não havendo documentação formal o PM pode
estimar com base em seus conhecimentos, ..” neste momento o gestor que estava a
cargo da aprovação desta proposta parou e pediu ao PMP que buscasse o referido
manual e mostrasse a ele este capítulo. Quando ele trouxe a cópia do capítulo apontando
o texto, imediatamente o gestor rasgou-o e disse: agora vá pedir as propostas
formais do fornecedor senão não será aprovada a oferta!
Lembrei-me
deste fato, pois ontem fui questionado por um cliente sobre determinado escopo
de um projeto que deveria ser contemplado em fase de implantação. Ao pedir
informações ao “PM”, recebi meia página
de email explicando tecnicamente o que se tratava, de como estava o site do
cliente, e que este fosse necessária a troca, a lista de material estava anexa,
etc,etc..mas nada sobre escopo. E no final, o PM assinava com seus títulos: PMP, ITIL-F, PSM-1; o que imaginei: nossa! Quanto conhecimento!
MAS, fiz 3 perguntas:
1. O
que foi pedido na RFP está contido na proposta?
2. O que foi proposto foi aceito pelo cliente?
3.
Alguém falou isto para o cliente?
Depois de
algumas horas veio a solicitação de nova proposta para atender o claim.
Pois é .. e
eu estou longe de ser um PMP, ITSL-F, etc.
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